sábado, 9 de março de 2013

Carthage

E depois de enfrentar muito frio, vento e chuva, Allah me abençoou com um dia lindo, céu azul, sol raiando e os termômetros passando dos 15º. Era o clima perfeito para descobrir um pouco o que a Tunísia tem a nos mostrar!

Eu e a guria Verônica, então, fomos atrás de um pedaço muito importante da história. No Centre Ville, fomos à Station Tunis Marine e pegamos o trem. Aproximadamente meia hora de "viagem", passando pelo Banlieue Nord da cidade e de olho em todas as estações para saber onde estávamos, e chegamos à estação Carthage Hannibal. Com meu poderoso mapa (invejado pelos outros turistas, que queriam colar na gente para não se perder) já descobrimos onde estávamos e onde se encontrava o local que queríamos visitar. Mas ao sair da estação, no fim da rua avistamos o mar... E juntar uma mineira que precisa ir para o Espírito Santo ver o mar e uma gaúcha que mora longe da praia em frente àquela imagem, não tinha COMO resistir! Atrasamos os planos em alguns minutos, só para poder apreciar um pouco essa vista.


Depois de uma longa caminhada (em meio a ruas largas, cheias de palmeiras e sem a loucura do trânsito tunisino), parar para pedir informações para o guardinha (e uma foto também), comprar alguns souvenirs e discutir sobre o melhor caminho a seguir, finalmente chegamos na primeira parada: as Villas Romaines. Lá pagamos 9 dinars para visitar todos os monumentos de toda Carthage. E mais 1 dinar para poder tirar foto! Por que?? Em nenhum momento vi gente vigiando, nem fiscalizando se tínhamos o ticket de foto!

De lá, se vê uma parte das ruínas romanas (possivelmente, uma zona residencial) e, ao fundo o Mediterrâneo tornando a paisagem como se fosse uma miragem.




Passeamos um pouco pela área. E depois de outra looooonga caminhada pelas ruas, pedindo informações, estudando o mapa e contando com a ajuda dos moradores (com boas dicas de onde cortar caminho), uma pausa para "almoçar" chips e refrigerante. Estômago enganado, continuando o passeio!

Entramos no Musée de Carthage, onde estão expostos artefatos encontrados nas escavações. 
Lá, no exterior, também pode-se ver algumas ruínas. E um detalhe muito peculiar que notamos (e que ainda não descobrimos o motivo) é que nenhuma estátua tem cabeça! E dentro do museu, olha o que encontramos:


De volta à orla, hora de visitar o Thermes d'Antonin, um complexo termal construído pelos romanos. Foi a parte mais divertida e mais cansativa do passeio! Eu, a Verônica e nosso excelente preparo físico resolvemos ir atrás dos melhores cliques! E eles só seriam possíveis de cima. Então, por que não escalar as ruínas? Fazer das pedras degraus (quase do nosso tamanho) e rezar para não cair, senão era morte na certa! A gente poderia simplesmente ter tirado fotos debaixo... mas e a emoção?



Sim, a gente estava em cima de algo assim!

Já começando a sentir as dores da (ativ)idade, pegamos o trem de volta para Tunis. Foi uma tarde (e pouco da manhã), mas eu senti dor como se tivessem sido 3 dias de micareta! Mas sentir a brisa do mar (não o vento gelado) e estar num pedaço tão importante da história da civilização fez tudo valer a pena!



Contextualizando historicamente:

Carthage já foi a maior potência do Mediterrâneo. Maior rival de Roma, era um importante porto comercial, local de chegadas e partidas de navios de mercadorias, principalmente tecidos tingidos pelos fenícios. Graças a esse comércio, a cidade chegou a ser a terceira maior no seu tempo, atrás apenas de Roma e Alexandria.
Sua destruição se deu após as 3 guerras púnicas, quando enfrentaram Roma. Na primeira, Carthage perde o controle marítimo do Mediterrâneo para Roma. Na segunda, o general Aníbal (de Carthage) ataca Roma com um plano mirabolante, mas acaba sendo contra-atacado pelos romanos e tem de recuar, para defender seu país. Na terceira, Carthage, já muito enfraquecida militar, economica e politicamente, foi derrotada e devastada. A cidade foi totalmente arrasada, suas construções destruídas até os alicerces e todo seu solo foi "regado" com sal, para que se tornasse infértil.
Hoje, o que se vê são "algumas pedras" e o resquício do que, um dia, foi uma civilização com uma alta potência comercial.



Nenhum comentário:

Postar um comentário