sábado, 1 de junho de 2013

Ao encontro de Léo e Dr. Albieri

No sábado, acordamos cedinho e, depois da luta para deixar aquele recanto dos deuses (a cama), fomos tomar café. Outra refeição muito boa e nos arrumamos para nosso dia de aventura!
Já começamos com a surpresa: tínhamos um carro e um motorista particular, SÓ PARA NÓS DOIS!
Bom, nosso muito simpático motorista nos buscou no hotel para iniciar a jornada. E começamos nosso dia na estrada!!


Primeiro fomos a Chebika. Chegando lá, o Mohammed foi nosso guia. Vimos as ruínas da “Old City” e um oásis! É difícil até explicar... Como, no meio do nada, surge uma “ilha” de palmeiras e, lá dentro, uns cenários lindos!
Antes das fotos, o Mohammed me ajudou (ensinou) a usar o lenço na cabeça, como os beduínos do deserto. Eles usam para se proteger do sol e do vento, que é muito forte!


Bom, o passeio não seria perfeito se não tivesse as pessoas para atrapalhar a foto, né?!?! Tinha um grupo de 3 casais que deviam estar em lua de mel juntos, só pode! Tive que esperar os 3 terminarem de fazer as poses de Titanic, sentados, abraçados, beijando e tudo o mais juntos no lugar que eu queria tirar foto!




Horas depois, consegui fazer minhas poses e tudo certo! Voltamos escalando umas pedras, pulando uns riachos, posando para fotos, até chegar na entrada. Uns minutos de pausa para o Gui comprar o lenço dele e virar um beduíno.


Pé na estrada de novo e chegamos à Grande Cascade, em Mides. Um lugar lotaaaado de turistas com suas máquinas que parecem computadores e de comerciantes tentando enganá-los. Foi lá que meu espírito aventureiro começou a aflorar. Pulei pedrinhas perigosas e escorregadias, arriscando minha vida. Passei no meio de formigas assassinas e escalei grandes precipícios sozinha! OK, confesso que o Gui me deu um empurrãozinho aqui, uma puxadinha ali... Mas meu esforço também foi notável!




Depois, uma visita a um canyon, com vista para as ruínas da antiga cidade de Tamerza. Local muito propício para imaginar atirar tudo de ruim... hehehe!


Pequena pausa para o almoço. Um restaurante pequeno, mas praticamente o único que vimos pela estrada. O cardápio foi o típico tunisiano: a sopa. Depois, um prato de arroz (ruim) e carne, tudo acompanhado de Boga.

Próxima parada: Ong Djemel! Para chegar lá, foi quando finalmente começamos a ver o cenário de Saara. Foi mais de 1h passando no meio do deserto, sem nada ao redor. Só uma imensidão de areia. Tinha hora eu pensava que o motorista estava fazendo papel até o momento e estava nos levando para tirar nossos órgãos para traficar! Não tinha como saber para onde ir, não tinha referência nenhuma. Era só areia, para qualquer lado que se olhasse.

Bom, depois de uma looonga viagem (com todos os órgãos no lugar), paramos para o motorista tomar o cházinho dele. Foi quando descemos do carro para esticar as pernas e começar a sentir o deserto. E sentimos mesmo!! Eu comi areia por uma vida! Eu estava de lenço, óculos e toda coberta... Mas sentia areia em todos os poros do meu corpo, na minha boca e embaçando toda minha vista. Sem contar a ventania! Os bonitinhos aqui resolveram subir numa duna para tirar fotos... Quase fomos carregados pelo vento! A tempestade de areia estava a ponto de me derrubar e eu já via a hora que o Dr. Albieri ia aparecer para me ajudar. E a areia é tão fina que quase quebrou a câmera do Gui, tadinho!



Mais um pouco de “estrada” e o carro que estava seguindo a gente atolou na areia! Muito legal ver os mocinhos cavando a areia para tentar desenterrar o carro. Daí descemos do carro para virar mais milanesa... Dessa vez descalços! Corremos um pouquinho pela areia, comi muuiito dela e foi quando avistamos os bichinhos super fofos: os camelos!!!!





Terminamos o restinho de caminho que ainda faltava e chegamos à cidade cenográfica de Star Wars. Se você, como eu, nunca viu o filme nem sabe bem do que se trata, vai ficar meio sem saber o que fazer. Eu nem sabia que tinha nave espacial no deserto! Enfim, tiramos umas fotos, fizemos umas poses...





E do outro lado da duna que cercava a “cidade”, vimos a imensidão (tempestade) de areia, camelos passando e aí sim você se sente na África! Dá vontade de sair correndo à la Jade com o véu pelas dunas... Daí você é carregada pelo vento! Hahahaha!


Mais um pouco de viagem para ver um último oasis, já de volta em Tozeur... E voltamos ao hotel! Ainda ficamos um pouco na piscina para tentar tirar as toneladas de areia que estavam na gente. Nem preciso falar a cor que a água do banho ficou, né!?



O jantar foi um banquete, como na noite anterior... Só que a surpresa foi o garçom bêbado, que teve que ouvir 7 vezes o mesmo pedido para trazer um refrigerante para a gente!

Pancinha cheia, diversão garantida e um bom descanso para aguentar as emoções do próximo dia!


segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Deserto do Saara - Começando a aventura!


E para celebrar 23 meses juntos (mas fingindo que eram 24, para dar mais emoção), eu e o Gui nos aventuramos num fim de semana "romântico": um passeio no Deserto do Saara!

Era uma sexta-feira e, às 9h da manhã, fomos à Gare de Tunis pegar o trem para Tozeur, no sul do país.
Pegar um trem na Tunísia era algo que merecia um post à parte! Sabe os ônibus do Rio de Janeiro, com gente entrando para vender biscoito, as “comadres” fofocando sobre a vida das patroas e os “manos” ouvindo funk na maior altura?!?! Pois é, agora substitua os vendedores pelos controladores de ticket e pelas crianças gritando, as comadres pelas pessoas que fofocam sobre qualquer coisa em árabe e os manos pelos tunisianos que ouvem música árabe no volume máximo no celular. E isso porque a gente estava na primeira classe!


E assim foi nosso dia! Uma longa viagem de 9 horas. O que me chamou a atenção durante esse tempo foi que, à medida que íamos descendo o país, a paisagem mudava. Não se via mais aquela loucura de Tunis. As estações eram menores, mais simples e dava para ver pessoas bem humildes que moravam por ali. E o clima ficava cada vez mais seco! Ainda bem que eu tinha levado água e soro fisiológico, senão minhas vias aéreas tinham ido pro saco! A poeira também aumentava e eu já tinha a sensação de estar no deserto!

Chegando no destino final, pegamos um taxi para o hotel. O taxista, que foi o único realmente honesto que encontramos por lá, nos mostrou alguns lugares da cidade no caminho. Eu nem prestei muita atenção, porque estava muito cansada, com fome e só queria um banho! Quando chegamos no hotel, a gente se sentia entrando num cenário de mil e uma noites. Tinha uma piscina, vista para um desertinho, lounge... Daí entramos no quarto...




Meu Deus, o quarto! Parecia uma suíte de Ali Baba! Tinha uma cama que foi a maior que eu já vi na minha vida! Não era “king size”, era um size que eu nem sei se existe! Cabiam 5 de mim na cama (nós fizemos o teste e tiramos foto para comprovar fisicamente)! E tinha banho quente e com chuveiro na parede! Foi o primeiro banho normal que eu tomei na África.





Como nosso pacote era half-board (café da manhã e jantar), eu já estava ansiosa pela primeira refeição... E não me decepcionei.

O jantar era um verdadeiro banquete! Primeiro a sopa típica tunisiana, que parece muito canjiquinha! Depois a salada. Em seguida o prato principal, que foi um frangossauro à la RU, com batatas fritas, salada e arroz. E ainda tinha a sobremesa! Nem preciso falar que minha pancinha foi totalmente bem cultivada, né TT?

Uma boa noite de sono (na cama MARAVILHOSA) para repor as energias, o próximo dia seria looongo...


segunda-feira, 22 de abril de 2013

So glad you came!

Foram 6 meses e 18 dias de distância. 199 dias de muita saudade. Quantas horas de conversa no Skype, milhões de mensagens no Facebook... Até que o destino (e as promoções de passagens) resolveram ser bonzinhos com a gente e finalmente o Guilherme veio me ver!
Depois de fazer uma contagem regressiva que parecia que não ia acabar nunca (os amigos do Facebook que o digam), o grande dia chegou! Nunca fiquei tão feliz ao entrar num táxi e poder falar: "L'Aéroport, s'il vous plaît!"
Tive 12 dias para apertar meu bebê, encher de carinho e sentir o cheirinho dele!


Esse tempo juntos também foi para eu poder mostrar um pouco da Tunísia para ele. E para ele sentir um pouco como é viver num país árabe!
No aeroporto, o choque! Imagina a gente, que vivia junto, ser separado por um oceano... No reencontro, não podia ser diferente do que abraços, beijos, lágrimas...e o aeroporto TODO parando para ver o casal espetaculoso no meio do saguão!Mas depois de muitos apertos, vamos aos passeios!
Meu serviço de guia turístico foi muito bom, modéstia à parte.

Vimos os pobres nas lanchas em Sidi Bou Saïd, escalamos ruínas em Carthage, exploramos vários cafés no Lac... Ele conheceu a Verônica e zuou o sotaque trilegal dela... Negociou MUITO na Medina (me arrependerei eternamente de não ter filmado esses momentos!) e me fez economizar bons dinares... Tirou fotos clandestinamente no Musée du Bardo.Viciou em Harissa (a pimenta ruim que eles pões em TODAS, absolutamente TODAS as comidas!)... Gastou o "francês" dele... E experimentou vários tipos de refris, cervejas e vinhos africanos.




E ainda nos aventuramos num fim de semana num destino inusitado: o Deserto do Saara! Mas isso merece um post especial!

E ele não podia terminar sua estadia sem ver uma manifestação! É, os funcionários da Tunisair (a companhia aérea que ele ia voar de Tunis até Paris) resolveram reivindicar melhores condições de trabalho JUSTO na hora do check-in dele! Resultado? O vôo dele atrasou e ele acabou perdendo o vôo de Paris para Porto. O pobrezinho teve que passar a noite vagando pelas nem um pouco charmosas ruas de Paris... Que pena, né?!

Ainda faltam uns meses até eu poder estar agarradinha com ele de novo, do jeitinho que era antes. Mas espero começar (de novo) a contagem regressiva logo! Enquanto isso, fico olhando as fotos e vídeos com a minha sempre companheira: a saudade!



quarta-feira, 20 de março de 2013

Túnis: a porta da África

Bem vindos à capital da Tunísia!

Considerada a mais bem conservada cidade árabe antiga, é também uma moderna metrópole em expansão. Isso percebe-se pelas inúmeras áreas em construções na cidade.

Também conhecida como a porta da África. Por quê? Por estar no Noroeste do país mais ao norte do continente africano. E já que estamos falando em porta, apresento a vocês a Porte de France.


Em árabe, a Bab el Bahr (Portão para o mar) recebeu esse nome porque antes da chegada dos franceses no séc. XIX, esse ponto era só um campo aberto até o lago de Tunis. Depois, o monumento tornou-se um símbolo, que separava a parte oriental e a parte européia da cidade (por isso também é conhecido como Porte de France).

Até hoje nota-se essa divisão. De um lado, está a Medina e seu emaranhado de vielas. Do outro, a avenida principal de Tunis.

Todas as principais cidades do mundo tem aquele monumento que a torna conhecida. Brandemburger Tor em Berlim, Coliseu em Roma, Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Estátua da Liberdade em Nova York... E, assim como o Arc de Triomphe é uma extremidade de uma avenida muito ryca em Paris, a Porte de France também tem sua "Avenue de Champs Élisées": a Avenue Habib Bourguiba. É lá que se encontram os cafés chüqs e as lojas que fazem qualquer cartão de crédito chorar: Zara, Mango, Mac e todas as outras que não pertencem ao meu salário! Caminhar por ela é um exercício que toda mulher deveria fazer, principalmente aos sábados de manhã! Ainda não sei bem a extensão dela, mas é grande o suficiente para abrigar teatro, hotéis, igrejas e muita história! Mas isso merece um post especial...

domingo, 17 de março de 2013

Sidi Bou Saïd

Fim de semana, sol, temperatura elevada... É o suficiente para eu e a Vê embarcarmos em mais uma de nossas aventuras!

Repetindo o ritual de pegar o trem no Centre Ville, dessa vez com outro destino: Sidi Bou Saïd. O vilarejo se localiza no Banlieue Nord de Tunis. E sua principal característica é que todas as casas são brancas, com janelas e portas azuis.



Bom, chegando lá, já estávamos preparadas para enfrentar uma boa caminhada (com nosso sempre excelente preparo físico). Começamos a subir as ladeiras, que lembram muito as de Ouro Preto, e já nos deparamos com um Souk (tipo uma feirinha de artesanato).

Atenção, turistas: nesses Souks estrangeiros são alvo fácil. Você chega para perguntar o preço, e eles abusam mesmo! Negocie sempre, porque o preço que eles vão dizer é, no mínimo, 60% a mais do valor real do produto. E se não for comprar, saia andando sem se render ao vendedor. Eles vão te perseguir (como fizeram com a gente) até te convencer a comprar. E os produtos que vendem lá também são vendidos na Medina, a um preço muito mais acessível.

Continuando o passeio, depois de uma pausa para forrar o estômago, terminamos de subir a infinita ladeira e chegamos ao nosso alvo: o Cafe des Délices. 



Entramos nos achando AS DIVAS! Um dia lindo, uma vista maravilhosa do Mediterrâneo, suquinho de laranja (que custou OS OLHOS DA CARA!!!) e muitas gargalhadas! Admirando os "pobres" que chegavam em suas lanchas no cais.





Depois da sessão de fotos (e do assalto para pagar o mísero suco de laranja que tomamos), fomos ao "Mirante dos Pobres" (como batizou a Vê). Cenário sensacional para fotos! E para admirar a cidade toda do outro lado!





De volta às ladeiras, entramos na Dar el Annabi House. É uma casa típica tunisiana, que foi "transformada" num museu. Lá também fizeram uma exposição sobre o casamento típico tunisiano, então tinham noiva, noivo, o ritual da Hennah. Pagamos 3,500 dinares para entrar e ganhamos um Thé de Menthe. Estava gostoso, mas as pessoas aqui não costumam colocar açucar nas coisas! Bom, lá vimos a biblioteca da família, sala de reza, o pátio, tudo do jeitinho que imaginamos ser uma casa árabe.







Lá também tem um panorama. Você sobe todas as escadas possíveis e chega no telhado da casa. É a coisa mais linda, ver de cima aquele mar de casinhas brancas e azuis... e o mar Mediterrâneo ao fundo. Se o vento tivesse contribuído, as fotos ficariam ainda mais lindas.




E depois de muito cansaço, voltamos para a agitada Tunis.

O que marcou? Além da sensação de estar numa Grécia, a grande quantidade de mulheres de burcas que vimos. Mas daquelas que realmente cobriam tudo: usavam luvas e só deixavam os olhos à mostra. Também a quantidade de famílias, que estavam por lá fazendo o passeio de domingo!
E, claro, pela primeira vez ter mostrado meus braços para a Tunísia! Bendito Sol!